domingo, 29 de maio de 2016

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO 2° Ano – O Coronel e o Lobisomem = valor 4 pontos 20/5 à 10/6

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO 2° Ano – O Coronel e o Lobisomem = valor 4 pontos 20/5 à 10/6
 O CORONEL E O LOBISOMEM
 Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem – era sexta-feira.
Já um estirão era andado quando, numa roça de mandioca, adveio aquele figurão de cachorro, uma peça de vinte palmos de pêlo e raiva…
Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de consciência, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro:
– São Jorge, Santo Onofre, São José!
Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o chão de soltar terra e macega no longe de dez braças ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristão que não levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caçador de paca, estando em distância de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. Já nessa altura eu tinha pegado a segurança de uma figueira e de lá de cima, do galho mais firme aguardava a deliberação do lobisomem. Garrucha engatilhada, só pedia que o assombrado desse franquia de tiro. Sabidão, cheio de voltas e negaças, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e lá na esperança de que eu pensasse ser uma súcia deles e não uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria é que eu, coronel de ânimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em lobisomem como eu não ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei.
(JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO. O Coronel e o Lobisomem. José Olympio, 11a Edição, Rio de Janeiro)

Dê o significado das seguintes palavras que aparecem no texto:
a) estirão –
b) carecia –
c) macega –
d) negaças –
e) súcia –
f) denegrir –
  1. O tempo (momento em que transcorre a ação) e o espaço (local onde ocorre a ação) estão adequados ao fato narrado? Justifique.
  1. Em que pessoa é narrado o texto? Quem é o narrador?
  1. Pode-se afirmar que o lobisomem é esperto? Justifique sua resposta com elementos do texto.
  1. Aponte uma passagem do texto que indica que o coronel sentiu medo do lobisomem.
  1. Quais nomes o narrador emprega para designar o lobisomem?
  1. Indique passagens do texto que revelam a fúria do lobisomem.
  1. Na frase: “Sujeito especial em lobisomem como eu, não ia cair em armadilha de pouco pau”, qual o sentido das expressões em destaque?
  1. Pode-se afirmar que o coronel é vaidoso? Justifique sua resposta com elementos do texto.

  1. Aponte duas características do ambiente sociocultural em que se desenrola a ação.

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO – 3° ano - O coronel e o lobisomem (fragmento) - valor 4 pontos 29/5 à 10/6

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO – 3° ano - O coronel e o lobisomem (fragmento)

O coronel e o lobisomem
         A bem dizer, sou Ponciano de Azeredo Furtado, coronel de patente, do que tenho honra e faço alarde. Herdei do meu avô Simeão terras de muitas medidas, gado do mais gordo, pasto do mais fino. Leio no corrente da vista e até uns latins arranhei em tempos verdes de infância, com um padres-mestres a dez tostões por mês. Digo, modéstia de lado, que já discuti e joguei no assoalho do Foro mais de um doutor formado. Mas disso não faço glória, pois sou sujeito lavado de vaidade, mimoso no trato, de palavra educada. Já morreu a antigamente em que Ponciano mandava saber nos ermos se havia um caso de lobisomem a sanar ou pronta justiça a ministrar. Só de uma regalia não abri mão nesses anos todos de pasto e vento: a de falar alto, sem freio nos dentes, sem medir consideração, seja em compartimento do governo, seja em sala de desembargador. Trato as partes no macio, em jeito de moça. Se não recebo cortesia de igual parte, abro o peito:
– Seu filho de égua, que pensa que é?
Nos currais do Sobrinho, no debaixo do capotão de meu avô, passei os anos de pequenice, que pai e mãe perdi no gosto do primeiro leite.
Como fosse dado a fazer garatujações e desabusado de boca, lá num inverno dos antigos, Simeão coçou a cabeça e estipulou que o neto devia ser doutor de lei:
– Esse menino tem todo o sintoma do povo da política. É invencioneiro e linguarudo.

(José Cândido Carvalho. O coronel e o lobisomem. 12a Edição, Rio de Janeiro, José Olympio)

RESPONDA:
1. É positivo ou negativo o conceito que o avô do personagem-narrador tem sobre   a classe política? Justifique baseado no texto.
2. É bem característica a linguagem utilizada pelo personagem-narrador. Com suas palavras explique o significado das passagens a seguir:
a) “Trato as partes no macio, em jeito de moça.” _____________________________________
b) “… pai e mãe perdi no gosto do primeiro leite.” ____________________________________
c) “… terras de muitas medidas…” _______________________________________
d) “… já discuti e joguei no assoalho do Foro mais de um doutor formado.” ___________________________
e) “… a de falar alto, sem freio nos dentes, sem medir consideração…” _________________________________


2.    Substitua no texto as expressões regionais do texto, por outras de igual sentido, do português culto.
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TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO – 1° Ano - PROCURA DA POESIA = valor 4 pontos 29/05 à 10/6

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO – 1° Ano -  PROCURA DA POESIA = valor 4 pontos 29/05 à 10/6

PROCURA DA POESIA
Penetra surdamente no reino das palavras
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
Há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e se consuma
Com seu poder de palavra
E seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
Como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
E te pergunta, sem interesse pela resposta,
Pobre ou terrível, que lhe deres:
– Trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade – fragmento)
1. Dê o significado das palavras que foram utilizadas no poema:
a) intata           b) obscuro         c) consumir         d) desprender         e) limbo     f) adular

2.    Em que pessoa do discurso foi escrito o poema? Justifique com elementos do texto.
3.    O que quer dizer o verso: “Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.”?
4.    De acordo com o texto, o escritor diz que o poeta é quem cria o poema ou o poema é quem se cria? Por quê?
5.    O que quer dizer o verso “cada uma tem mil faces secretas…”?
6.  Qual o significado do titulo do poema? 

terça-feira, 17 de maio de 2016

Trabalho de Interpretação do 9° ano - 9/5 à 20/5

PORTUGUÊS - 9° ANO - INTERPRETAÇÃO DE TEXTO


Apagão em escala planetária festejará o brilho das estrelas

Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é um pesadelo na vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu estrelado. Não foram os astros que perderam o frescor, a humanidade é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a noite. A poluição luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (...) Para chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países começaram a organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A idéia é que as luzes das cidades fossem apagadas por alguns instantes. Isso em 18 de abril de 2005, quando seriam lembrados os 50 anos da morte de Albert Einstein.
(Revista O Globo, Rio de Janeiro, 3/10/2004)

1 - Da leitura do texto, pode-se entender que a poluição luminosa é provocada:
a) pelo brilho intenso das estrelas.
b) pela perda do frescor dos astros.
c) pela pouca iluminação de algumas cidades.
d) pelo excesso de iluminação urbana.
e) pelo brilho lunar.

2 - De acordo com o texto, o excesso de iluminação é uma preocupação para os astrônomos porque:
a) dificulta a iluminação urbana.
b) ilumina excessivamente a cidade.
c) impede a plena observação das estrelas.
d) torna a noite ainda mais escura.
e) as pessoas se incomodam com tanta luz.

3 - A questão central tratada no texto é a:
a) economia de energia.
b) beleza das estrelas.
c) pesquisa dos astros.
d) poluição luminosa.
e) A falta de luz.

4 - A finalidade desse texto é:
a) informar a preocupação dos astrônomos.
b) denunciar os perigos de um apagão.
c) alertar sobre o consumo de energia.
d) valorizar o excesso de iluminação urbana.
e) mostrar a preocupação das pessoas referente a luz.

5 – Em um certo trecho do texto aparecem as reticências, qual a função delas no texto?

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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Exemplo de Crônica Descritiva

                           

                           O RELÓGIO (Crônica descritiva)
 
  O fascínio que o relógio exerce sobre a maioria das pessoas, é algo que despertou minha atenção ao longo da vida. Quem não sonhou possuir determinado relógio? Quem não resistiu ao desejo de comprar um alegre cuco ou um preguiçoso carrilhão?

  Outrora, realizei o desejo de possuir um Mido automático, presente de minha mulher. Ficou no pulso mais de vinte anos. Hoje, descansa em uma gaveta, aguardando a quinta reforma. Vez por outra volta ao pulso à feição de talismã.

   Diversos modelos foram criados desde o de relógio de sol, passando pelos raros, de madeira, ocultos nos campanários de algumas igrejas. Em Angra dos Reis existe um. Talvez seja o objeto com as mais variadas formas de apresentação e uso. Neste aspecto, destaca-se a funcionalidade, a estética, a vaidade de quem o usa. É um nicho de mercado que as indústrias perceberam e sabem explorar muito bem.

   Nas vitrines estas máquinas maravilhosas conquistam sempre o melhor espaço e nas mais das vezes, são realçadas com focos de luz, que lhes dão ares de jóia. Além dos modernos detalhes, como aço escovado, titânio, vidro à prova de arranhão – cristal de safira – o brilho é o argumento derradeiro de capitulação diante das vitrines. Reforçam esta “armadilha”, os desenhos das caixas, dos mostradores e das correntes, verdadeiras obras de arte a encantar nossos olhos.

   Calcadas na idéia atual de variação de produtos expostos à venda, algumas lojas reservam local nobre para exporem as maquininhas, ainda que não sejam relojoarias. Em alguns países há ruas que se transformaram em pontos turísticos, por concentrarem vendedores e compradores, colecionadores ou não. Ali se encontram os mais variados tipos, desde os mais antigos, com preços compatíveis à sua raridade, até os mais modernos, descartáveis, baratos.

   Um Rolex no pulso sugere status econômico elevado, vaidade, a simples realização de um sonho. É também o “caviar” dos ladrões interessados nesses objetos!

    Certa vez chamou-me a atenção um daqueles relógios reluzentes, com vários ponteiros sobre fundo preto, corrente grossa e cromada. Estava no pulso do pintor de paredes do prédio onde moro. Sua pele negra e roupas de trabalho completamente tingidas por pingos de tinta, arco-íris abstrato, realçavam ainda mais a “jóia”. Não resisti e comentei sobre o visual do relógio. Envaidecido, o pintor acrescentou alguns elogios, inclusive o de tê-lo comprado por dez reais no camelô há mais de um ano e estar funcionando perfeitamente. O Rolex e o “cebolão”, de valores tão distintos, produzem a mesma sensação de prazer...

   Ao viajar pelo Brasil, na maior parte das cidades do interior, encontraremos além da Avenida Getulio Vargas e o Hotel Imperial ou Palace Hotel, que geralmente não confirmam o conforto que a pompa do nome sugere, colina onde se destaca  igreja com sua torre,  que abriga  relógio visível na maior parte da região. Ali está a serviço da população, mas subliminarmente lembra aos fiéis a presença da igreja.

   A propósito, conta-se que um turista, de pilhéria, perguntou as horas a um matuto, que descansava na grama à beira de uma estradinha de terra, junto à sua vaca. Após levantar a teta da vaca, o matuto informou a hora exata! Pasmo, o turista indagou como ele conseguira ver a hora na teta da vaca.
 “— Não, doutô, eu levantei a teta da vaca pra vê a torre da igreja lá na colina!”

   Nos elevadores, o relógio é um bom companheiro para tímidos, inseguros ou estressados. É comum que, ao invés de cumprimentarem ou esboçarem algum aceno de convívio social, consultem o relógio a cada segundo, e este gesto se repete até o momento do desembarque! É a vida moderna nos distanciando uns dos outros.

   O fascínio pelo relógio é tal, que acabou por transformá-lo em objeto de escambo, quase como foi com o sal. Vi ser trocado por bicicleta, passarinho, por outro de menor valor, mais uma compensação em dinheiro...

   Finalmente, como pano de fundo do interesse do homem pelo relógio, surge o tempo! Essa noção metafísica que nos dá a compreensão de passado, presente e futuro. Não conheço nada mais socializado que o tempo. É igual para todos. Ninguém tem mais ou menos do que o outro. Ninguém pode acumular ou gastar mais do que dispõe. Talvez isso explique a ânsia humana por controlar o tempo. Milésimos de segundo determinam o vencedor de uma competição, mas horas parecem milésimos de segundo quando temos nos braços a pessoa amada!


Atividade de Interpretação - Conto - 1° Ano 9/5 à 20/5

TENTAÇÃO
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. 
Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. 
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. 
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos. 
No meio de tanta impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
 Mas ambos eram comprometidos.
 Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
 A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.
 Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás
__________________
Conto extraído de LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

Após ler o texto, responda:

1. Quem são as personagens principais? O que elas têm em comum?

2. O que a menina fazia sentada na porta de casa, às duas horas da tarde?

3.De acordo com o texto, como a menina se sentia em relação a outras pessoas?

4. “Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava.” O que a menina suportava?
Indique a alternativa que melhor responde a questão:
(a) a pessoa que esperava o bonde
(b)  a bolsa velha        
(c) o calor e a solidão            
(d) sua mãe

5. “O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida.” Do que a bolsa a salvava?
(a) do calor excessivo                               
(b) da solidão, já que a bolsa era sua companhia
(c) das brigas com a mãe                         
(d)  do homem que esperava o bonde

6.  No texto, quem é o narrador?
(a) a mãe                                                                                 
(b) alguém que não está presente na história
(c) alguém presente na história, mas sem participar muito      
(d) a menina ruiva

7.  O que o narrador fazia naquele lugar?


8. Pode-se dizer que o narrador se identifica com a menina? Por quê?

Atividade de interpretação - Crônica - 2°Ano 9/5 à 20/05


      
         1 JOGO QUE É UMA VERGONHA


          Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num dia muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no outro, os caras jogam descalços e só de calção.
   O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a maior parte do tempo tomando cuidado para não cortar os pés ou então esfregando o braço arrepiado de frio.
Times iguais
   Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças que não têm, é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre.
Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros que não têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode!!!
   Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times sejam iguais, para começar. Casa e escola
  Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar melhor pra escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai sempre ficar jogando esse jogo besta.
   Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter o gosto da vitória, vai ter só vergonha.
                                                                                       Fernando Bonassi

QUESTÕES

1. O texto “1 jogo que é uma vergonha” é uma crônica. Foi escrito a partir de uma situação da vida real, com o objetivo de fazer uma crítica a essa situação. Se o autor teve esse objetivo ao escrever, que objetivo tem em relação ao leitor?
a. (   ) que aceite suas idéias.
b. (   ) que rejeite suas idéias.
c. (   ) que reflita sobre o assunto.
d. (   ) que se divirta com o assunto.

2. O trecho:
 “Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida” e, no outro, os caras jogam descalços e só de calção”.

significa que:
a. (  ) um time toma cuidado para não cortar os pés, o outro time sente muito calor.
b. (  ) um time têm tênis e o outro time tem camisa.
c. (  ) um time é formado por jogadores bem equipados, o outro time por jogadores mal equipados.
d. (  ) um time tem jogadores ganhadores, o outro têm jogadores que usam tênis e camisa comprida.

3. Esta crônica, de fato, compara:
a. (  ) a vida de pessoas que têm escola e casa com a vida de crianças que não têm escola e casa.
b. (  ) vida de crianças que têm casa com a vida de crianças que têm escola.
c. (   ) crianças que são culpadas com crianças que são inocentes.
d. (   ) crianças que podem fazer tudo com crianças que não fazem nada.

4. Quando o autor diz:
“nós que temos escola e casa”
 “isto não quer dizer que a gente não possa fazer nada”,

As palavras “nós” e “a gente” ocupam o lugar:
a. (   ) do autor e de todos os leitores.
b. (   ) dos leitores que são conhecidos do autor.
c. (   ) dos ricos.
d. (   ) do leitor.

5. De acordo com o autor da crônica, diante da situação que é discutida:
a. (   ) “a gente” não pode fazer nada.
b. (   ) “a gente” pode fazer uma aposta.
c.  (   ) “a gente” pode jogar.
d.  (   )  “a gente” pode jogar um jogo justo.

6. Quando o autor fala sobre “jogo justo”, ele quer dizer que:
a. (   ) as pessoas podem jogar mesmo sem saber.
b. (   ) as pessoas justas às vezes perdem.
c. (   ) as pessoas  jogam um jogo besta.;
d. (   ) as pessoas podem ajudar a fazer justiça.

7. O tema central da crônica é:
a. (   ) desigualdade.
b. (   ) miséria.
c. (   ) futebol.
d. (   ) crianças de rua

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Atividade de interpretação - Romance - do 3° Ano 9/5 à 20/5

Atividade de interpretação do 3° ano 9/5 à 20/5

AMOR DE PERDIÇÃO (fragmento)

Amor de perdição é uma das mais conhecidas obras do Romantismo português.
Movidos por rixas, os familiares de Simão e Teresa conseguem impedir a união dos jovens. Por ordem do  pai, Teresa  fica  enclausurada  num  convento.  Simão, acusado  de  um  crime,  refugia-se  na  casa  de  João  da  Cruz  e  desperta a paixão imediata de Mariana, filha de João. Mais tarde Simão é preso e, após longo processo, condenado ao  degredo  na  Índia.  Durante  o  processo,  Simão  e  Teresa  se  comunicam apenas  por  cartas,  entregues  por  uma  mendiga.  O  trecho  que  vamos  ler  foi  extraído  do  final  da  novela.  Sem  a  menor  esperança  de  rever  Simão,  Teresa  envia-lhe  uma  carta  de  despedida,  que  o  infeliz  jovem  vai  ler  no  navio  que o  leva  para  a  Índia.  Nessa  viagem, acompanha-o Mariana.
A vida era bela, era, Simão, se a tivéssemos como tu ma pintavas nas tuas cartas, que li há pouco! Estou vendo  a  casinha  que  tu  descrevias  defronte  de  Coimbra,  cercada  de  árvores,  flores  e  aves.  A tua  imaginação passeava comigo às margens do Mondego, à hora pensativa do escurecer. Estrelava-se o céu, e a lua abrilhantava a água. Eu respondia com a mudez do coração ao teu silêncio, e, animada por teu sorriso, inclinava a face ao teu seio, como se fosse ao de minha mãe. Tudo isto li nas tuas cartas; e parece que cessa o despedaçar da agonia enquanto a alma se está recordando. Noutra carta, me falavas em triunfos e glórias e imortalidade do teu nome. Também eu ia após  da  tua  aspiração,  ou  diante  dela,  porque  o  maior  quinhão  dos  teus  prazeres  de  espírito  queria  eu  que  fosse meu.
Oh!  Simão,  de  que  céu  tão  lindo  caímos!  À  hora  que  te  escrevo,  estás  tu  para  entrar  na  nau  dos degredados, e eu na sepultura.
Que importa morrer, se não podemos jamais ter nesta vida a nossa esperança de há três anos?! Poderias tu com a desesperança e com a vida, Simão? Eu não podia. Os instantes do dormir eram os escassos benefícios que Deus  me  concedia;  a  morte  é  mais  que  uma  necessidade,  é  uma  misericórdia  divina,  uma  bem-aventurança  para mim.
Rompe a manhã. Vou ver minha última aurora... a última dos meus dezoito anos!
Abençoado sejas, Simão! Deus te proteja, e te livre de uma agonia longa. Todas as minhas angústias lhe ofereço em desconto das tuas culpas. Se algumas impaciências a justiça divina me condena, oferece tu a Deus, meu amigo, os teus padecimentos, para que eu seja perdoada.
Adeus! À luz da eternidade parece-me que já te vejo, Simão.


1  1)   Teresa recorda-se de dois assuntos tratados por Simão em cartas anteriores. Quais assuntos?
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2) Teresa  almejava  montar  um  lar  com  Simão.  A  descrição  desse  lar  obedece  a  convenções  bem  típicas  do
Romantismo. Explique.
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     3)   “(...) me falavas em triunfos e glórias e imortalidade do teu nome.” As aspirações de Simão revelam um comportamento romântico baseado principalmente:

a) na religiosidade;
b) no individualismo exacerbado;
c) no mal do século;
d) na melancolia.

    4)  Por que Teresa encara a morte como uma “bem-aventurança”?
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   5)   “(...) a porta abriu-se, e um vulto negro de monja apareceu no limiar dela.” (Alexandre Herculano) A presença de figuras do mundo medieval na literatura romântica portuguesa relaciona-se:

a) ao mal do século;
b) à evasão no passado histórico em busca das raízes da nacionalidade.
c) à necessidade de incorporar à literatura figuras excêntricas.
d) à religiosidade que marcou todo o Romantismo.