quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Mais um texto produzido por um aluno (FONTE NO FINAL) que vale a pena ler .... NÃO VALE NOTA É SÓ PARA RECREAÇÃO !!!

O Caminho

O caminho era estreito, no horizonte, uma extensa construção. Não me disseram que seria bom, mas que valeria a pena, e isso me trazia menos aflição.
Poucos caminhavam até lá, e os poucos desse caminho, estavam tensos por que ao mesmo tempo que não estavam alegres com o seu destino, tinham medo de não chegarem na hora certa e desfrutar do que haveria lá, sendo para eles bom ou não.
Aproximando-me da grande construção, eu suava cada vez mais, avistava próximo de mim algumas pessoas, que, assim como eu, já percebiam que o tempo que passaríamos lá não seria pequeno. E finalmente chegamos no lugar onde seria um tal de: “primeiro dia de aula”.



                                                                  Everton Patrick 9ºB

Crônica SOMENTE PARA LEITURA criada por uma aluna do 9°B

A Ligação Enganosa

Certa vez, minha irmã mais velha estava em casa com a nossa família almoçando e recebeu uma ligação de um número desconhecido.
Ela atendeu o telefonema, e um homem que minha irmã não conhecia falou com ela agressivamente:
- Olha! Eu estou aqui com a sua filha! Eu a sequestrei e vou matá-la, a não ser que você me mande cinco mil reais agora!
- Calma! Não faça nada com minha filha, por favor, me deixe falar com ela para ver se está tudo bem e então te pagarei.
- Eu só irei deixar a senhora falar com ela caso me pague, e se não for rápido, eu sequestro seu marido também.
- Meu marido não, coitado, é um homem tão bom e trabalhador!
- Não me interessa! Vou mandar alguém pegar ele agora!
- Ah! Quer saber?!? Pode ficar com os dois, minha filha me dá muito trabalho e meu marido apesar de ser bom é muito chato! Faz o que você quiser!
 - Como assim senhora?
 - É isso mesmo! Fique com os dois para você!
E minha irmã desligou o telefone olhou para o lado, e nos contou o ocorrido.
Então perguntei:
- Mas mana, nem filho e nem marido você tem?
- Pois é eu sei, ela respondeu!
- Foi só para fazer de conta, por uns instantes, que eu sou casada!

                          
                                                               Autora: Tatiana Helen Souza 9°B 

domingo, 21 de agosto de 2016

Exercício de interpretação com texto “Que País é Este” 1° e 2° ano 21/8 - 29/8

Exercício de interpretação com texto “Que país é este”

“Que país é este” – Exercício de interpretação de textos




Dissecando os gastos públicos no Brasil, um economista descobriu barbaridades no Orçamento da União deste ano. Por exemplo:
Considerada a despesa geral da Câmara, cada deputado federal custa ao país, diariamente, R$ 3.700. Ou R$ 1,3 milhão por ano.
Entre os senadores, a loucura é ainda maior, pois o custo individual diário pula para R$ 71.900. E o anual, acreditem, para R$ 26 milhões.
Comparados a outras ”rubricas”, os números beiram o delírio. É o caso do que a mesma União despende com a saúde de cada brasileiro – apenas R$ 0,36 por dia.
E, com a educação, humilhantes R$ 0,20. (Ricardo Boechat, JB, 6/11/01)

1) A explicação mais plausível para o fato de o economista citado no texto não ter sido identificado é: 
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2) Considerando o sentido geral do texto, o adjetivo que substitui de forma INADEQUADA os pontos das reticências do título do texto é:
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Exercício de interpretação com texto “Reputação Ilibada” 3° Ano 21/8 - 29/8

Exercício de interpretação com texto “Reputação ilibada”

REPUTAÇÃO ILIBADA

Há, no Brasil, cargos para os quais a lei exige reputação ilibada, ou seja, fama ou renome sem mancha. Servem de exemplo ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Para outros, o que é verdadeiro paradoxo criado pelo constituinte de 1988, reputação ilibada não basta, pois para o ministro  do Tribunal de Contas da União a Constituição também impõe a idoneidade moral. Não é fácil explicar para que serve a dupla imposição, quando dispensada nas duas mais importantes cortes judiciárias do país. Sugeriria a insuficiência da reputação sem mácula, o que levaria ao absurdo.
As distinções oferecem outras curiosidades. Os ministros do STF e do STJ devem ter notável saber jurídico, mas basta, para os do Tribunal de Contas da União, o notório conhecimento jurídico, entre outras qualidades.
A distinção é inócua, embora os juristas digam que  a lei não contém vocábulos inúteis. Saber e conhecimento, tanto quanto notável e notório, são palavras ocas. Dependem dos valores subjetivos de quem as aplique.
Para presidente da República, para deputado e senador, nada disso é exigido. Eleitos pelo voto popular, submetem-se a variáveis limites de idade. Não carecem de saber ou conhecimento. Basta que não sejam analfabetos. O presidente da República deve cumprir a lei e manter a probidade administrativa, mas nem sequer pode ser  processado por crimes comuns, como aconteceria com o adultério não perdoado pela mulher.
Nos Estados Unidos, sob desculpa de exigirem reputação ilibada de seu presidente, os discursos moralistas esquecem a história.
Clinton errou e errou feio, mas não está só. Houve  líderes de porte, mas maridos nem sempre fidelíssimos, como Roosevelt e John Kennedy, este com a vantagem do inegável bom gosto. (…)
A palavra decoro tem uma certa vantagem para definir o que se espera dos líderes políticos. É lamentável que, muitas vezes, decoro seja confundido com a ação que, embora irregular, termina sem ser descoberta. No processo por ofensa ao decoro, o senso de justiça se afoga na valoração política e no escândalo da mídia, interferindo contra ou a favor do acusado. (Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 12/09/99)
1) O fragmento em que o autor explica o “verdadeiro paradoxo criado pelo constituinte de 1988” é? Justifique:
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Exercício de interpretação com texto “Entrevista” 1° Ano 20/8 - 27/8

Exercício de interpretação com texto “Entrevista”

ENTREVISTA
O ensaísta canadense Alberto Manguei, autor de Uma História da Leitura, explica por que a palavra escrita é a grande ferramenta para entender o
mundo.
Veja  –  Numa época em que predominam as imagens, por que a leitura ainda é importante?
Manguei – A atual cultura de imagens é superficialíssima, ao contrário do que acontecia na Idade Média e na Renascença, épocas que também eram marcadas por uma forte imagética. Pense, por exemplo, nas imagens veiculadas pela publicidade. Elas captam a nossa atenção por apenas poucos segundos, sem nos dar chance para pensar. Essa é a tendência geral em todos os meios visivos. Assim, a palavra escrita é, mais do que nunca, a nossa principal ferramenta para compreender o mundo. A grandeza do texto consiste em nos dar a possibilidade de refletir e interpretar. Prova disso é que as pessoas estão lendo cada vez mais, assim como mais livros estão sendo publicados a cada ano. Bill Gates, presidente da Microsoft, propõe uma sociedade sem papel. Mas, para desenvolver essa idéia, ele publicou um livro. Isso diz alguma coisa. (Veja, 7 de julho de 1999)
1) Na pergunta do repórter há uma oposição implícita entre imagens e leitura porque:
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Exercício de interpretação com texto “O Parto e o Tapete” 3° e 2° anos 20/8 - 27/8

Exercício de interpretação com texto “O parto e o tapete” 3° e 2° anos 20/8 - 27/8

O PARTO E O TAPETE
RIO DE JANEIRO – Big nem era minha, era de um cunhado.
Naquele tempo eu ainda não gostava de cachorros, pagando por isso um preço que até hoje me maltrata. Mas, como ia dizendo, Big não era minha, mas estava para ter ninhada, e meu cunhado viajara.
De repente, Big procurou um canto e entrou naquilo  que os entendidos chamam de “trabalho de parto”. Alertado pela cozinheira, que entendia mais do assunto, telefonei para o veterinário que era amigo do cunhado. Não o encontrei.
Tive de apelar para uma emergência, expliquei a situação, 15 minutos depois veio um veterinário. Examinou Big, achou tudo bem, pediu um tapete.
Providenciei um, que estava desativado, tivera alguma nobreza, agora estava puído e desbotado. O veterinário deitou Big em cima, pediu uma cadeira e um café. Duas horas se passaram, Big teve nove filhotes e o veterinário me cobrou 90 mil cruzeiros, eram cruzeiros naquela época, e dez mil por filhote.
Valiam mais – tive de admitir.
No dia seguinte, com a volta do cunhado, chamou-se o veterinário oficial. Quis informações sobre o colega que me atendera.
Contei que ele se limitara a pedir um tapete e pusera Big em cima. Depois pedira um café e uma cadeira, cobrando-me 90 mil cruzeiros pelo trabalho.
O veterinário limitou-se a comentar: “Ótimo! Você teve sorte, chamou um bom profissional!”. Como? A ciência que cuida do parto dos animais se limita a colocar um tapete em baixo?
“Exatamente. Se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo e cobraria mais caro, moro longe”.
Nem sei por que estou contando isso. Acho que tem alguma coisa a ver com a sucessão presidencial. Muitas especulações, um parto complicado, que requer veterinário e curiosos. Todos darão palpites, todos se esbofarão para colocar o tapete providencial que receberá o candidato ungido, que nascerá por circunstâncias que ninguém domina.
E todos cobrarão caro. (Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 19-12-01)
1) A associação entre o episódio narrado e a sucessão presidencial apóia-se em que ? argumente !!!
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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Você Conhece A Parábola Da Demissão Da Formiga Desmotivada?

Alunos - não é uma atividade valendo nota, é apenas um texto para leitura !!!! 

Você Conhece A Parábola Da Demissão Da Formiga Desmotivada?

"Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz.O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.A primeira preocupação da barata foi a de padronizar ohorário de entrada e saída da formiga.Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões.A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida.Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial...A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo, que era preciso fazer uma pesquisa de clima. Mas, o marimbondo, ao rever as finanças, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação.A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía: Há muita gente nesta empresa!E adivinha quem o marimbondo mandou demitir? A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida." 
Autor desconhecido

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ATIVIDADE PARA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO 1° ANO ---- 7/8 à 15/8 

MEU PROFESSOR INESQUECÍVEL      


Mesmo antes de saber ler eu já vivia num mundo de histórias, que meu pai, um gráfico, me contava. A realidade para mim resumia-se em escovar os dentes e amarrar os sapatos. O resto, fantasia das mil e uma noites e de mil historietas infantis. Algumas, ele próprio inventava, mas não era seu forte. Geralmente fazia a maior confusão, improvisando finais que nenhuma relação tinham com o princípio. Sua memória nunca foi grande coisa. [...] Tendo terminado seu trabalho, íamos para o fundo do quintal. Toda casa tinha um, comprido e arborizado. [...]      
Íamos felizes para o extremo da casa e sentávamos sobre caixotes. Eu adorava suas histórias [...].      
- Como acaba a história, pai?     
- Qual?      
- A que está contando.      
- Refere-se à Branca de Neve?      
- Essa o senhor já contou, mas pode contar outra vez.      
- Bem, o Lobo Mau andava pela floresta de olho na Branca de Neve. Seguia a menina por toda parte, o malvado.      
Estranhei.      
- Não foi esse lobo que comeu a avozinha de Chapeuzinho Vermelho?      
Meu pai hesitou. Era ou não era? Eu exigia.      
- Primo dele.      
- A inimiga da Branca de Neve não era a bruxa? [...]      
- E quem diz que não? Diabo de bruxa.      
- O que o lobo faz nessa história?      
- Pergunta oportuna. Ele passava pela floresta, como se não quisesse nada, quando viu a menina com os cinco anões.    
- Sete anões, pai.    
- No momento eram cinco. Dois estavam em casa com gripe. Tinham tomado muito sorvete. E cuidado você também com os gelados. Mas o lobo se deu mal porque o Pequeno Polegar, usando um estilingue, deu cabo dele. Dias depois a Branca de Neve e o Pequeno Polegar casavam-se.      
- Ela não casou com um príncipe, pai? [...]      
- Um príncipe?    
- Sim, foi com um príncipe.    
- Em segundas núpcias – esclareceu. – Coisas da vida.    
Algum tempo depois, com o auxílio de uma cartilha, ele me ensinou a ler, tarefa então mais complicada porque cavalo era assim- cavallo. Farmácia era assim – pharmacia. Ontem era hontem. E a cidade de Niterói escrevia-se Nictheroy.      
Dentro de casa, porém, não me sentia ainda alfabetizado. O prazer da leitura eu descobriria, também com ele, nos anúncios expostos no interior dos bondes, os reclames, como então dizíamos. Notadamente no camarão, o bonde fechado, apelido derivado de sua cor vermelha. Silabando, eu lia os anúncios um a um. Na maioria remédios. Capivarol, Biotônico Fontoura, Xarope São João. Eu e todo mundo porque a própria propaganda, uma novidade, chamava a atenção geral. Os bondes era uma cartilha animada para os meninos daquela geração.      
[...] Foi ele quem ergueu o dedo, apontando-me o Martinelli, ainda em andaimes. Levou-me para conhecer o Viaduto do Chá e presenciar a abertura da Nove de Julho. Outra de suas paixões citadinas eram os bairros ricos. Aos domingos, pela manhã, costumava passear à sombra das mansões dos barões do café, em Higienópolis. Quando via uma delas desocupada, dava um jeito de visitá-la. Lembro-me de nós percorrendo uma infinidade de cômodos vazios de um verdadeiro palácio. Ele punha os olhos em tudo, observando os detalhes da construção. Amava lustres, escadas de mármore e ladrilhos portugueses. Nos banheiros exultava se as torneiras fossem douradas. Homem exigente. Requintado, sim.


(Marcos Rey.)

Vamos analisar o texto justificando a resposta da pergunta:

Nesta narrativa, o narrador apresenta o pai como seu primeiro e inesquecível professor.Por que os fatos narrados foram inesquecíveis para o narrador ?
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AEEEE GALERA CHEGOU UM TEXTO PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO !!!! LEIAM E RESPONDAM A PERGUNTA, PENSANDO NA ARGUMENTAÇÃO E TESE BEM FUNDAMENTADA !!! ----- ATIVIDADE PARA O 2° E 3° ANO 7/8 - 15/08

MEU IDEAL SERIA ESCREVER... 
(Rubem Braga) 

    Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!” 
    Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
     Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história. 
     E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.” 
      E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...” 
    E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro. 

VAMOS PENSAR:

Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela? E Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas?
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