1) 1) Leia o texto e
escolha a alternativa correta:
Acho que não pode haver discriminação racial e
religiosa de espécie alguma. O direito de um termina quando começa o do outro.
Em todas as raças, todas as categorias, existe sempre gente boa e gente má. No
caso particular dessa música, não posso julgar, porque nem conheço o Tiririca.
Como posso saber se o que passou na cabeça dele era mesmo ofender os negros?
Eu, Carmen Mayrink Veiga, não tenho ideia. Mas o que posso dizer é que se os
negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar com toda
razão."(Revista Veja)
a) A argumentação,
desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento entre o
eu/enunciador e o ele/negros.
b) A argumentação revela um senso crítico e
reflexivo, uma mente que sofre com os preconceitos e, principalmente, com a
própria impotência diante deles.
c) A argumentação, partindo de visões
inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidiana, aponta para a total
solidariedade com os negros e oprimidos.
d) O discurso altamente assumido pelo enunciador
ataca rebeldemente a hipocrisia social, que mascara os preconceitos.
2) 2)Sobre a censura moralista é correto afirmar:
Censura
moralista Há tempos que a leitura está em pauta. E, diz-se, em crise.
Comenta-se esta crise, por exemplo, apontando a precariedade das práticas de
leitura, lamentando a falta de familiaridade dos jovens com livros, reclamando
da falta de bibliotecas em tantos municípios, do preço dos livros em livrarias,
num nunca acabar de problemas e de carências. Mas, de um tempo para cá,
pesquisas acadêmicas vêm dizendo que talvez não seja exatamente assim, que
brasileiros leem, sim, só que leem livros que as pesquisas tradicionais não
levam em conta. E, também de um tempo para cá, políticas educacionais têm
tomado a peito investir em livros e em leitura. Os falantes, nos textos que
produzem, sejam orais ou escritos, posicionam-se frente a assuntos que geram
consenso ou despertam polêmica. No texto, a autora:
a) ressalta a
importância de os professores incentivarem os jovens às práticas de leitura.
b) critica pesquisas tradicionais que atribuem a
falta de leitura à precariedade de bibliotecas.
c) rebate a ideia de que as políticas
educacionais são eficazes no combate à crise de leitura.
d) questiona a existência de uma crise de leitura com base
nos dados de pesquisas acadêmicas.
3) Leia o texto e escolha a alternativa correta:
O grande problema desta visão dramática sobre as
substâncias psicoativas, diz o professor, é que ela estigmatiza de forma
equivocada aqueles que usam drogas, além de levar à adoção de políticas
erradas. “Essa desinformação nos leva a tomar iniciativas que prejudicam as
pessoas e comunidades às quais supostamente deveríamos ajudar”, diz. Por meio
de experimentos com ratos, Hart concluiu que quando são oferecidas apenas
drogas a cobaias, elas se viciam, mas quando lhes são oferecidas outras opções
de entretenimento elas não escolhem sempre usar as drogas, muitas vezes
preferindo as outras opções. Em outras palavras, garantir acessos e
oportunidades a todos os cidadãos seria uma forma muito mais adequada de
enfrentar o problema do abuso.
Quando se produzem
textos, sejam orais ou escritos, imprimem-se neles posicionamentos frente a
assuntos que geram consenso ou despertam polêmica. No texto, o autor:
a) Descarta a importância de combater o
uso de drogas
b) Rebate a adoção de políticas de
combate a drogas
c) Atribui o problema das drogas as
comunidades carentes
d) Sugere opções de
entretenimento para os usuários de drogas
4) Sobre o texto a
seguir podemos definir que:
Blog é concebido como um espaço onde o
blogueiro é livre para expressar e discutir o que quiser na
atividade da sua escrita, com a escolha de imagens e sons que compõem
o todo do texto veiculado pela internet, por meio dos posts. Assim, essa ferramenta
deixa de ter como única função a exposição de vida e/ou rotina
de alguém — como em um diário pessoal —, função para qual serviu
inicialmente e que o popularizou, permitindo também que seja um espaço
para a discussão de ideias, trocas e divulgação de informações.
A produção dos blogs requer uma relação de
troca, que acaba unindo pessoas em torno de um ponto de interesse
comum. A força dos blogs está em
possibilitar que qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento
técnico, publique suas ideias e opiniões na web e que milhões de outras pessoas
publiquem comentários sobre o que foi escrito, criando um grande debate
aberto a todos.
a) estratégia
para estimular relações de amizade.
b) recurso
para incentivar a ajuda mútua e a divulgação da rotina diária.
c)
espaço para exposição
de opiniões e circulação de ideias.
d) gênero
discursivo substituto dos tradicionais diários pessoais.
Lições de motim
DONA COTINHA – É
claro! Só gosta de solidão quem nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta
de solidão. Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, é só um
desacompanhado. (A reflexão escorrega lá pro fundo da alma.) Solidão é vocação,
besta de quem pensa que é sina. Por isso, tem de ser valorizada. E não é
qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não é mesmo! É preciso ter
competência pra isso. (De súbito, pedagógica, volta-se para o homem.) É como
poesia, sabe, moço? Tem de ser recitada em voz alta, que é pra gente sentir o
gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A
VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS COSTAS, COMO SEMPRE,
IMPASSÍVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu ia dizendo,
pra viver bem com a solidão temos de ser proprietários dela e não inquilinos,
me entende? Quem é inquilino da solidão não passa de um abandonado. É isso aí.
1) 5) Nesse
trecho, o que caracteriza Lições de motim como texto teatral?
a) O tom melancólico presente na cena.
b) As perguntas retóricas da personagem.
c) A interferência do narrador no desfecho da
cena.
d) O uso
de rubricas para construir a ação dramática.
2) 6) O gênero dramático, entre outros
aspectos, apresenta como característica essencial:
a) a musicalidade
b) o descritivismo
c) a estrutura dialógica
d) a presença de um narrador
3) 7) O resumo consiste em uma representação sucinta, porém nem sempre exata,
do conteúdo de um documento.
a) Falta informação na definição
b) Correto a afirmação
c) Não precisa ser sucinta
d) Representação sempre exata
do conteúdo
4) Leia o texto a seguir e responda:
Em Os Contos de Beedle, o Bardo, sentimo-nos de volta ao
“mundo mágico de Harry Potter”. Pena que as 103 páginas do livro acabem tão
rápido: para o leitor entusiasta do mago inglês e acostumado com as suas
aventuras narradas ao longo de mais de 700 páginas fica um gostinho de “quero
mais”. Depois de Beedle, resta aos fãs da magia de Rowling esperar até julho de
2009, quando será lançada a primeira parte do sexto filme baseado na saga de
Harry Potter, “Harry Potter e o Príncipe Mestiço”. No mundo dos livros, no
entanto, parece que finalmente (e infelizmente), a saga de Potter ganhou seu
ponto final. Será?
8) O texto a seguir segue a linha de:
a) Um resumo
b) Uma resenha
c) Um romance
d) Um conto fantástico
9) Com base
no texto abaixo, indique a alternativa cujo elemento estruturador da narrativa
não foi interposto no episódio:
"Porque não quis pagar uma
garrafa de cerveja, Pedro da Silva, pedreiro, de trinta anos, residente na rua
Xavier, 25, Penha, matou ontem em Vigário Geral, o seu colega Joaquim de
Oliveira."
a) o lugar
b) as personagens
c) o fato
d) o modo
10) Leia o
texto e escolha a alternativa correta:
A partida
Acordei pela madrugada. A princípio com
tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono
esgotara-se. Com precaução, acendi um fósforo: passava das três. Restava-me,
portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria às cinco. Veio-me então o
desejo de não passar mais nem uma hora naquela casa. Partir, sem dizer nada,
deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e de amor.
Com receio de fazer barulho, dirigi-me à
cozinha, lavei o rosto, os dentes, penteei-me e, voltando ao meu quarto,
vesti-me. Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama. Minha avó
continuava dormindo. Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras… Que
me custava acordá-la, dizer-lhe adeus?
No texto, o narrador-personagem,
na iminência da partida, descreve a sua hesitação em separar-se da avó. Esse
sentimento contraditório fica claramente expresso no trecho:
a) “A princípio com
tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir” (ℓ. 1-3).
b) “Restava-me,
portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria às cinco” (ℓ. 4-6).
c) “Calcei os
sapatos, sentei-me um instante à beira da cama” (ℓ. 12-13).
“Deveria fugir ou falar com ela? Ora,
algumas palavras...” (ℓ. 14-15).
3) 11) Leia
o texto e responda:
O ultimo combate
Na terra, a luta não havia terminado. Para se tornar definitivamente
o soberano dos deuses e dos homens, Zeus ainda precisava combater um temível
demônio, Tífon, que era o filho mais moço de Gaia.
Quando esse ser monstruoso se aproximava, todo mundo fugia, e
os próprios deuses receavam enfrentá-lo. Sua força inesgotável, sua estatura
descomunal e sua feiura superavam as de todos os outros filhos de Gaia. Na
extremidade de seus braços imensos, agitavam-se cabeças de dragão com língua
preta. Cada uma delas soltava centelhas de fogo pelos olhos e gritos de animal
selvagem.
Zeus as ouviu gemer, berrar e rugir uma após a outra. Preparou-se
para a luta e empunhou suas armas.
O choque foi terrível: a terra tremeu, o céu ficou em brasa,
e o mar se ergueu num vagalhão fervente. Dentre os dentes dos dragões jorravam
chamas que os relâmpagos de Zeus desviavam. De repente, juntando todas as suas
forças, Zeus lançou um dardo poderoso, feito de seu raio, que inflamou de uma
só vez as múltiplas cabeças de dragão. O monstro se consumiu num fogaréu gigantesco,
queimando toda a vegetação em torno. Então, finalmente vitorioso, o senhor
supremo do trovão o precipitou no fundo do Tártaro. Agora
Zeus podia reinar absoluto.
Os personagens podem ser manipulados, de diversas maneiras,
por outros personagens do mesmo enredo. Contudo, no texto lido, Zeus é
manipulado pelo próprio querer, não por outro personagem. Identifique o sentimento
que leva Zeus a enfrentar Tífon, mesmo sabendo que se tratava de um temível
demônio.
a) O receio de enfrentar o terrível
monstro.
b) A força inesgotável do inimigo.
c) A feiura do filho de Gaia.
d). O desejo de
reinar soberano
4) 12) Sobre
o texto narrativo, só não é correto afirmar que:
a) apresenta uma
mudança de estado operada pela ação de um personagem.
b) os elementos do
mundo real que aparecem compõem o texto figurativo.
c) não
apresenta narrador, pois as personagens usam o diálogo para se expressar e assim vão compondo a narrativa.
d) há progressão temporal entre um e
outro fato narrado na história.
Covardia
Passeavam dois amigos numa floresta, quando apareceu um urso feroz e se
lançou sobre eles.
Um deles trepou numa árvore e escondeu-se, enquanto o outro ficava no
caminho. Deixando-se cair ao solo, fingiu-se morto.
O urso aproximou-se e cheirou o homem,
mas como este retinha a respiração, julgou-o morto e afastou-se.
Quando a fera estava longe, o outro
desceu da árvore e perguntou, a gracejar, ao companheiro:
— Que
te disse o urso ao ouvido?
—
Disse-me que aquele que abandona o seu amigo no perigo é um covarde.
1) 13) O amigo que estava na árvore desceu porque:
A) achou melhor também fingir-se de morto.
B) observou do alto um lugar melhor para
esconder-se.
C) queria ajudar o amigo a livrar-se do urso.
D) viu que o urso já estava distante.
Brincadeira retrô
Me
lembro bem de quando era pequena e do quanto minha imaginação era fértil. Eu
fui daquelas crianças que davam arrepios nos pais por conta das brincadeiras
mirabolantes: a cama de casal que virava navio pirata, o sofá da sala que
virava palco de teatro com direito a cortina de lençol e tudo mais... Toda vez
que começava a me animar minha avó dizia: “Lá vem essa menina inventando moda”.
Hoje vejo que esse era o jeito de brincar das crianças de antigamente. Não
havia toda essa parafernália eletrônica, que toca música, anda, fala e não
deixa nenhum espaço para a imaginação. Precisávamos inventar as nossas
brincadeiras. Criança moderna não sabe brincar sozinha, tem sempre a babá, o
computador, o DVD... Hoje tento incentivar meu filho a brincar assim também.
Não é que eu vá jogar todos os brinquedos dele fora, mas com certeza ele vai
aprender a se divertir com muito menos. Dá mais trabalho, faz mais bagunça, mas
é infinitamente mais divertido.
14) A autora
desse texto defende que:
A) as brincadeiras das crianças de antigamente
eram divertidas.
B) as brincadeiras de antigamente eram mais
criativas que as atuais.
C) as maneiras de as crianças de hoje brincarem
devem ser aceitas.
D) as crianças devem brincar com parafernálias
eletrônicas.
Leia o texto abaixo e responda as questões 15 e 16
Sebo
— Moça, eu
nunca pisei aqui. Preciso comprar um livro...
— Qual?
– ela perguntou. – Mistério, suspense, romance, ficção, livro didático,
paradidático, ocultismo, religioso, de psicanálise, psicologia, médico, língua
estrangeira, tradução, periódico, revista, tese, enciclopédia...
Ela estava querendo me gozar. Pra
falar a verdade, tinha um livro certo pra comprar sim... Mas não sei por que,
me ouvi falando:
—
Quero olhar, escolher, ver o que gosto mais... Mas começar por onde? Lado
direito, esquerdo, subo a escada em caracol? Preciso de “instruções” de
trânsito aqui dentro. Tem muito livro aqui...
—
Esperava o quê? Múmias?
Perdi
a paciência.
—
Moça, eu quero saber onde posso achar um livro-lindo-maravilhoso-espetacular
romântico para eu dar de presente...
— Ah,
para a namoradinha que só lê Revista Desejo... Já sei o tipo: frases doces,
propostas delicadas, abraços, beijos, mais abraços, mais beijos, final feliz.
Andar de cima, prateleira 15-A.
Os
preços que ficam na ponta da prateleira são indicados por letras, que ficam na
contracapa do livro. Edições filetadas a ouro têm um outro preço...
Ia
dizer pra ela que... Mas achei melhor não falar nada. Dei-lhe as costas e subi
a escada.
15) O que
levou o personagem a ir a um espaço onde se vendem livros usados?
A) O fato de nunca ter estado num
sebo.
B) O intuito de comprar um presente.
C) A curiosidade em visitar um espaço
novo.
D) A intenção de levar algo para a
amada.
16) No
trecho “... Moça, eu nunca pisei aqui. Preciso comprar um livro...”, a
pontuação que finaliza o período sugere que o cliente sentiu-se:
A) empolgado.
B) explorado.
C) intimidado.
D) maravilhado.
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